I.
Potências colonizadoras de África e as respectivas colónias
A
necessidade de matérias-primas levou os Europeus nos finais do século XIX a
realizarem várias expedições de reconhecimento ao interior do continente
africano, ate ai desconhecido para eles. Porem, a exploração de África não
tinha apenas motivos económicos. Havia também uma finalidade geográfica e científica,
procurando conhecer-se melhor os povos indígenas e as diversidades do ambiente.
Esta nova intenção de exploração científica de África levou a criação de instituições
científicas que iriam conduzir esse movimento de exploração. Como consequência
destas expedições de exploração do interior africano, as nações europeias que
as promoveram reclamaram para si a anexação dos territórios descobertos. A
conferencia de Berlim pôs fim as reivindicações territoriais baseadas em
direitos históricos ou de descobertas. As potências europeias passaram a
estabelecer-se verdadeiramente nos territórios colónias para fazer valer as
suas reivindicações territoriais. Foi assim que os europeus se estabeleceram de
forma mais efectiva nos territórios coloniais, em especial África.
As potências
colonizadoras de África são: a Inglaterra, franca, Itália, Holanda, Portugal,
Alemanha, Espanha, os EUA e a Bélgica.
Colónias
inglesas:
- Egipto; Sudão; gana; Nigéria; serra leoa; Gâmbia; Malawi; Zimbabwe; Seychelles; Maurícias; Quénia; Tanzânia; Somália; Suazilândia; Lesoto; Botsuana; África do sul.
Colónias
francesas
- Marrocos; Tunísia; guine; Benim; camarões; Togo; Senegal; Madagáscar; Níger; Burkina Faso; costa de marfim; Chade; Congo; gabão; Mali; Mauritânia; Argélia; Comores e Djibuti.
Colónias
italianas:
- Líbia; Eritreia; Somaliilândia.
Colónias
Holandesas:
- Indonésia; Antilhas holandesas; Suriname; África do sul.
Colónias
portuguesas:
Ø Moçambique;
Angola; Guine Bissau; Cabo verde; São Tomé e Príncipe.
Colónias
alemãs:
- Togo; camarões; Namíbia; Tanzânia, Nova Guine;
Colónias
espanholas:
- Ilhas Canárias; Guine Equatorial; Saara ocidental
Colónias
belgas:
- Congo, Ruanda; Burundi;
II.
Principais resistências a ocupação colonial em África e os respectivos líderes
O
processo de resistência generalizou-se em todo o continente e sua intensidade
variou de local para local, sendo impossível relatar todos os episódios. Foi
iniciada por volta de 1880. Referiremos as principais que ocorreram nas
diferentes regiões de África:
Norte
de África
Nesta
região, o islamismo teve muita influência nas acções de resistência. Os países
principais são: Egipto; Sudão e Argélia.
Egipto
No
Egipto a resistência foi encabeçada pelo líder Arabi paxá. Em 1881, os jovens oficiais do
exercito liderado por Arabi paxa criaram um movimento de revolta a exigir que
Tawfg criasse o ministério de guerra, que seria liderado por paxa, e que
convocasse o congresso consultivo de notáveis, que era ate então inoperante ..
Sudão
No
Sudão o movimento mahdista encabeçado pelo religioso (muçulmano) sudanês Muhammad, que em 1881, se autoproclamou Mahdi
(o Messias –o enviado) e desencadeou uma revolta nacional, que o já fragilizado
exercito egípcio, devido as revoltas lideradas por Arabi paxá, não conseguia
travar.
Argélia
A
resistência a ocupação estrangeira (franca) foi encabeçada pelo líder religioso
Abd al-qadir, que proclamou a Jihad contra o invasor e conseguiu sucessivas vitórias
sobre as tropas francesas, fixadas em Argel, orao, Burgia e Bona, a partir de
1830. Esta resistência fez com que, a partir de 1830 os franceses optassem pela
conquista total da Argélia.
África
oriental
Para
esta região, temos a resistência do kabaka Mwanga do reino de buganda. Importa
referir os exemplos de Etiópia e Tanganica, em que houve grande influência das
ideias religiosas.
Etiópia
O
exemplo notável de resistência a agressão imperialista nesta região, bem como
em toda África e no mundo, foi a Etiópia. Esta era ambicionada pela Itália e
sofria também pressões internas: a expansão do movimento mahdista e do Egipto. Após
a morte do imperador do Egipto, João IV, numa batalha com os mahdista em 1889,
Menelique II, pretendente ao trono, foi coroado como seu sucessor. Acordo
Uccialli, que para Menelique II simbolizava a amizade e a cooperação entre os
dois povos, mas para os italianos significava que a Etiópia aceitava tornar-se
um protectorado italiano. Foi por essa razão que ocorreu a batalha de Adua
(1896), que após os soldados italianos que iam concretizar o protectorado e as
tropas de Menelique II, tendo culminado na expulsão humilhante dos italianos. A
Etiópia foi assim, um dos únicos países africanos que não foi ocupado durante o
período da partilha. Somente entre 1935 e 1942 é que as tropas de Mussolini
ocuparão a Etiópia, o que terminou com a intervenção dos aliados (EUA, Inglaterra
e franca) no contexto da II guerra mundial. Portanto, só a Etiópia foi ocupada
por um período de sete anos.
Tanganica
A
resistência digna de menção neste território foi liderada pelo comerciante
Bushiri, em 1888. Este movimento, partindo de bagamoyo, estendeu-se por toda a
costa onde incendiou navios mercantis alemães. A revolta desencadeada por
bushiri foi drasticamente reprimida pelo major Von Wissman (alemão) que, com um
exército de aproximadamente 1000 homens, destruiu as cidades envolvidas na
revolta, tendo capturado e enforcado bushiri, apesar das suas sucessivas fugas.
Em 1905, teve lugar a revolta Maji Maji a qual consistiu na pilhagem da administração
colonial alemã no sul da Tanganica e na exterminação dos funcionários e
missionários. A reacção alemã foi um verdadeiro genocídio, no qual morreu cerca
de 120 mil africanos.
África
Austral
Nesta
região do continente as nações de resistência foram bastante influenciadas pelo
fenómeno Mfecane, palavra de origem Nguni, que significa migração. Este fenómeno
foi desencadeado na África do sul, onde os diferentes povos Nguni migraram para
diferentes partes da África austral.
África
do sul
No
processo de resistência dessa região e em toda a África em geral, uma grande
figura e incontornável é Chaka Zulu. Chaka iniciou uma serie de conquistas,
graças a sua disciplina e grande capacidade como estratego militar, tendo
dominado a região que vai desde o rio Phongolo ate ao Tugela (Zululândia)
nenhum outro rei chegou a dominar vasta região na África austral e oriental. O
grande mérito de Chaka como herói de resistência africana deve-se ao facto de,
durante o seu reinado (1818-1828), ter criado condições para que a Zululândia
se mantivesse, depois, inviolável, quer face ao expansionismo de Bóeres, quer
dos colonos britânicos, e de ter entregado os povos africanos dominados pela
cultura zulu por meio de sistema de amabutho. A coesão social e militar dos
zulus fizeram com que os sucessores de Chaka, na década de 1870, apois a
descoberta de riqueza mineira da África do sul, resistissem heroicamente face a
ocupação inglesa, sobre tudo pela mítica vitória dos zulus na batalha de
Isandhlwana (1879).
Zimbabwe
O
líder máximo da resistência foi Lobengula, do reino Matabele, localizado no
actual Zimbabwe. O seu território era ameaçado pelos portugueses a partir de
Moçambique, pelos bóeres, a partir da república do Transval e pelos ingleses a
partir da colónia de cabo. Cecil Rhodes conquistou territórios que lubengula
considerava serem suas reservas de caca, onde viviam povos shona que eram
vassalos do reino Matabele. Deste modo, ouve um conflito entre Lubengula, os
chefes shonas e os ingleses tendo culminado com o confronto militar em 1893.
Onde os Matabeles foram derrotados mas Lubengula conseguiu fugir.
Os
líderes da África ocidental destacam-se pelo facto de a região ter sido a mais
afectada pelo tráfico de escravos, dai que as comunidades considerassem
opressores tanto os seus líderes africanos como os europeus.
Sudão
Ocidental
O
líder máximo destes pais foi El Hadj Omar, um indivíduo bastante culto que,
estudou nas universidades egípcias e possuía uma forte educação islâmica. Em
1850 El Hadj se fixou em Dinguiraye onde estabeleceu o seu quartel-general.
Senegâmbia
No
Senegal, a grande figura foi Lat Dior Diop, rei de Caior e discípulo de EL Hadj
Omar Tall. Em 1871, Lat Diop celebrou um tratado com os franceses, onde estes o
reconheceram rei de caior. Porem os franceses, em 1879, programam construir uma
linha férrea de Dacar ate São Luís. Na percepção de Diop, a linha férrea era
uma demonstração de que os franceses vinham para ficar e colonizar. Assim, como
forma de resistência, Lat Diop Incitou as populações a não participarem nas construções
da estrada de ferro, bem como a não produzirem amendoim que era o principal
produto procurado pelos franceses. Apesar deste impedimento, a linha férrea foi
construída e Lat Diop organizou uma revolta, que culminou com a sua fuga para
um território vizinho (Boal).
III.
Causa do fracasso das resistências em África
- A superioridade bélica, logística e militar dos europeus em relação aos africanos;
- Falta de unidade entre os africanos;
- Alianças efectuadas por alguns chefes africanos ao colonialismo na luta pela sobrevivência e pela sucessão ao poder político.
Conclusão
Neste
presente trabalho concluímos que as potências colonizadoras de África, movidos
por razões geográficos, científicos, económicos, religiosos e políticos, ocuparam
África e escravizaram o africano. Porém face a todo este jugo o africano não se
deixou dominar facilmente, provocando revoltas que culminaram em movimentos de
resistência. Salientar que pudemos notar que as principais causas do fracasso
da resistência em África foram para além da superioridade bélica, económica e
científica, a falta de unidade entre os líderes africanos.
Bibliografia
Historia
10ª classe, Longman Editora, 1ª edição
Historia
10ª classe, Plural Editora
Http://www.Todamateria.com
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